sábado, 10 de dezembro de 2016

Gett - O Julgamento de Viviane Amsalem

Assisti Gett - O Julgamento de Viviane Amsalem (2014) de Ronit Elkabetz no TelecinePlay. Ronit Elkabetz era israelense e esse filme é um pouco autobiográfico. Fiquei muito triste quando fui buscar informações do filme e vi que a bela Ronit Elkabetz faleceu de câncer esse ano com 51 anos. Ronit e Shlomi Elkabetz que dirigem e escrevem o roteiro do filme.

Casada em uma união de judaísmo ortodoxo, nossa protagonista tenta a todo custo o divórcio. Ela casou-se aos 15 anos em uma relação arranjada. Ela logo diz na audiência que no dia seguinte ao casamento já viu que tinha sido um erro e que suportou 20 anos. São anos de reuniões infindáveis com uma sucessão insuportável de machismos. Há 3 anos ela pede o divórcio e são mais 4 anos para conseguir. 20 anos de casamento e 7 em infindáveis audiências. 27 anos, que trágico. Uma hora o rabino diz "ponha-se no seu lugar, mulher." E ela responde, eu sei bem o meu lugar. O primeiro pedido é que ela tente uma reconciliação e volte para casa. Ela estava vivendo em uma casa com uma parente, judias ortodoxas não podem morar sozinhas. Cabeleireira ela leva diariamente as refeições do filho e ao marido (Simon Abkarian). Nunca abandonou as suas obrigações. Vejam, mesmo ela separada, ela tem que alimentar a família.
Ela volta então a pedir o divórcio, o rabino pergunta se ela fez o que pediu, ela diz que sim, mas que o marido não dirigiu a palavra a ela enquanto esteve de volta a casa. O marido diz que vai eternamente se recusar a dar o divórcio. Eles não conseguem testemunhas. O local intima umas pessoas. O advogado do marido (Sasson Gabai) é um parente que se diz rabino. Há algo na cultura que todos rasgam elogios sobre todos. Se você perguntar como é fulano, como é a família de fulano, tudo é sempre lindo e maravilhoso, tudo é perfeito. Imagine para um rabino advogado parente do amigo. Só com muito esforço conseguem arrancar a verdade. O marido é um homem difícil que ninguém gostaria de estar casado. Ele implicou com um fiel no culto, porque o fiel cantou um tom acima do dele. Há anos o fiel implora o perdão, mas o marido continua sem falar com ele. 
Há um medo assustador sobre o adultério, por sorte todos dizem que ela não tem ninguém. Mas um diz que viu a mulher em um café e pronto. Tudo se complica. Ela tinha ido falar com o advogado (Menashe Noy) que disse que era mais perto. Mulheres não podem frequentar um café. As violências à mulher são muito, mas muito assustadoras. Ela é linda e todos fingem não desejá-la, mas volte e meia há olhares. Um horror como essa religião trata as mulheres. O marido resolve não aparecer em algumas audiências e elas não podem acontecer. É o homem que pode liberar a mulher do casamento, ela é propriedade dele. Monstruoso.


Beijos,
Pedrita

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Westworld - 1ª Temporada

Assisti Westworld - 1ª Temporada (2016) de J. J. Abrams, Jonathan Nolam e Lisa Joy na HBO. O primeiro capítulo não me empolgou. Mas do segundo em diante enlouqueci. Achei que seria sempre em clima de faroeste, mas no segundo é que chegam os laboratórios onde os anfitriões são manipulados e criados. Que tecnologia. A abertura é maravilhosa, a música da Ramin Djawadi também.

Westworld é um parque onde as pessoas vão se divertir, então achei que a série seria só isso. Mas é muito, mas muito filosófica. Quando os convidados chegam ao parque eles são estimulados a entrar em histórias. Podem procurar prostitutas no sallon. Podem ir a caça de algum procurado. Exterminar índios. Roubos. E seguem então inúmeras perversões. Podem por exemplo chegar atirando sem motivo nenhum. Os anfitriões feridos são levados ao laboratório, consertados, reiniciados no seu roteiro e enviados de volta.
Contém spoilers. Cada anfitrião é programado para uma narrativa. O parque cria histórias para entreter os convidados, mas procura não ser óbvio. Percebemos então que os anfitriões não se comportam como robôs, ficamos às vezes na dúvida quem é anfitrião ou convidado tal a precisão.

São várias camadas. Um novo narrador de histórias é contratado. Então ficamos na dúvida se as mudanças de comportamento dos anfitriões foram programados nas mudanças, ou se realmente os anfitriões estão subvertendo seus comandos. Ou se alguém está do laboratório desejas mudanças. Os anfitriões ouvem vozes. Não sabemos se são comandos da base, se são deles, ou de outras pessoas. Essas dúvidas vão fazendo de Westworld fantástico. 

Estranhamente começamos a torcer pelos anfitriões-robôs. Os convidados-humanos que aparecem são tão monstruosos que vamos odiando-os. Sem falar nos que estão no laboratório. Parecem insensíveis. Ficamos sabendo então que eram dois sócios que criaram Westworld. Um quis destruir o parque quando achou que estava criando aberrações e morre. O segundo segue o projeto. É esse que morreu que começou a criar as consciências nos robôs estimulando um aparente livre arbítrio. 
A cada episódio vamos ficando mais confusos sobre o que é realidade ou  é programado. Simplesmente maravilhoso! Soube que só em 2018 terá a continuação, vai ser uma ansiedade absurda aguardar até lá. Amo vários atores da série: Thandie Newton, Anthony Hopkins, Jeffrey Wright, Ed Harris e Rodrigo Santoro.

Eva Rachel Wood está impressionante como Dolores. Também estão ótimos Jimmi Simpson, Leonardo Namm, James Marsden, Ptolomy Slocum, Angela Sarafyan, Sidse Babett Knudsen, Ingrid Bolso Berdal e Tessa Thompson.

Beijos,

Pedrita

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Mapa para as Estrelas

Assisti Mapa para as Estrelas (2014) de David Cronenberg no Telecine Cult. Coloquei pra gravar porque amo esse diretor. Tinha esquecido o quanto seus filmes são pesados e impactantes. No início achei que seria um filme sobre a futilidade de atores do Hollywood, nem estava muito animada.

Mas esqueci das reviravoltas desse cineasta. Mapa para as Estrelas é muito impactante e impressionante, ainda estou digerindo. Uma moça  (Mia Wasikowska) chega em Las Vegas e conhece o motorista (Robert Pattison) que ela contratou. Uma atriz  (Julianne Moore) que está com dificuldade para conseguir bons papéis contrata a jovem para ser sua auxiliar. Adoro essas atrizes e elas estão incríveis.

John Cusack e o ator que faz seu filho Evan Bird estão em personagens insuportáveis. Ele é um autor de muito sucesso, está riquíssimo com a venda de seus livros de auto-ajuda. Ele parece uma farsa. Aproveita e inventa muitos modismos que são abraçados pelos atores e vive a larga. Gosta de ostentar. Ele faz uma espécie de terapia com os atores, mas tudo incorreto, pouco produtivo e muito cruel. É também horrível a pressão que faz no filho que é um ator que fez muito, mas muito sucesso quando criança, se envolveu em drogas e agora, adolescente, está com dificuldade também de conseguir bons papéis. A esposa (Olivia Williams)  também está sofrendo.

E Mapa para as Estrelas vai se aprofundando e vamos conhecendo as histórias trágicas atrás desses comportamentos disfuncionais, é muito, mas muito forte e doloroso. Julianne Moore ganhou Palma de Ouro de Melhor Atriz no filme. Merecidíssimo!

Beijos,
Pedrita

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Magnífica 70 - 2ª Temporada

Assisti a série Magnífica 70 - 2ª Temporada (2016) na HBO. A criação é de Cláudio Torres, Renato Fagundes e Leandro Assis. Dirigida por Cláudio Torres e Carolina Jabor. A realização é da Conspiração Filmes. Eu ficava pensando como seria a segunda, tinha sido maravilhosa a primeira, que comentei aqui, e imaginando se iam conseguir que fosse tão boa. E é impressionante! Maravilhosa! Incrível como surgiram segredos eletrizantes e como temas complexos como a Ditadura Militar, Censura, drogas e o cinema da Boca do Lixo foram abordados.

A segunda temporada está mais anárquica. Tudo está mudado. Dora Dumar (Simone Spoladore) sumiu.  Seu irmão (Pierre Baitele) trabalha como ator na Magnífica e está com a Mestiça (Natália Rosa). Isabel (Maria Luísa Mendonça) está com Manolo (Adriano Garib). Na censura a doutora Sueli (Juliana Galdino) quer fazer cinema. Imagina as ideias mirabolantes dela.  Eles acabaram de fazer um filme militar. Ela tem um romance com outro da censura (Rodrigo Fregman). Surge na censura um puxa saco (Felipe Vidal) do Vicente que começa a querer proibir tudo o que a Magnífica faz.

Vicente (Marcos Winter) endoidou de vez. Esquizofrênico agora fala com o cineasta (Hamilton Vaz Pereira) que se matou porque ele censurou um de seus filmes. Ele acredita piamente que está fazendo um filme paralelo a filmagem de A Máquina do Amor.

Surge um policial (Felipe Abib) que investiga a morte do Larsen (Stepan Nercessian). Ele e Dora são viciados em cocaína, já que a droga surge na época  de forma devastadora na elite unida ao uísque. Tem também o Paladino da Família Brasileira (Taumaturgo Ferreira), um apresentador casado com uma beata (Mariana Lima). Achei incrível essa alusão as boas famílias brasileiras, ilibadas. Obviamente ele vive um devasso na clandestinidade, nem sua esposa sabe. Muitos atores que adoro estão no elenco: Charles Fricks, Mário Gomes, Ricardo Blat, André Frateschi, Leandro Firmino, Joana Fomm, Tammy Calafiore, Fábio Marcoff e Bella Camero.

No início do último capítulo eu achava que seria impossível uma continuação, mas eram delírios de um personagem, então há a possibilidade de uma terceira temporada. Espero que sim. Amo essa série. Até agora ainda estou impactada. Que texto, elenco, edição, reconstituição de época. Infelizmente a promoção da série foi muito precária. Quase não achei fotos, a página do facebook não foi ativada. Uma pena que a divulgação e promoção de Magnífica 70 - 2ª Temporada tenha sido tão precária, é uma obra e tanto. Entre as melhores séries que já vi.

Beijos,

Pedrita

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Star Wars VII: O Despertar da Força

Assisti Star Wars VII: O Despertar da Força (2015) de J. J. Abrams no TelecinePlay. É baseado nos anteriores de George Lucas. Sim, eu queria ver, mas queria ver inteiro, sem paradas. Gosto de apagar a luz e aproveitar. Nossa, confesso que me surpreendi, é muito bom. Tinha receio que perdesse a mágica dos antigos e foram muito brilhantes.
Reverenciaram sem ficar esquemático, modernizaram sem ficar cafona. Agora há mais tecnologia, mas as soluções foram ótimas mantendo a essência da série.

Tem spoilers: Gostei muito que os atores lá do início da série envelheceram, aparecem, continuam valentes. Não tentaram rejuvenesce-los. E também vão aparecendo aos poucos, cada um seguiu um caminho. Primeiro surge o personagem do Harrison Ford, depois a Princesa Leia por Carrie Fisher. E por último Mark Ramill como Luke Skywalker de Jedi prevendo uma continuação. Também foi inteligente a triste forma como Han Solo sai de cena e não estará na continuação.

Gostei muito da atriz que escolheram para ser a protagonista, interpretada por Daisy Ridley. O robô do início é apaixonante, mas os outros que tanto sucesso fizeram aparecem depois e continuam apaixonantes.

Também gostei muito do personagem Finn de John Boyega, muito bem construído e fez um belo par com Rey. Os dois foram ceifados de suas famílias e sabem pouco de suas histórias. Um segredo que não foi revelado e segue nas próximas edições, muito inteligente. Gosto demais do Oscar Isaac e o personagem é bacana, bonita a amizade dele com o Finn.

Foi muito divertido ver nos créditos que a Lupita Nyong estava no elenco. Precisei da internet para descobrir em qual personagem e ela interpretou a fofa Maz Kanata. Só não me identifiquei com o ator que faz o filho do Han Solo, Adam Driver. E eu fiquei com a impressão que ele seria mais velho que a Rey. Confesso que me assustei de encontrar um ator da idade dela. Não sei se fiz as contas erradas. Fanáticos da série podem me ajudar.
Ainda no elenco: Max Von Sydow, Peter Mayhew, Simon Pegg, Pip Torrens, Rocky Marshall e Gwendoline Christie. Star Wars VII: O Despertar da Força ganhou Bafta de Melhores Efeitos Visuais.
Beijos,
Pedrita

domingo, 4 de dezembro de 2016

Ricardo Ballestero - Recitais Eubiose

Assisti ao recital de Ricardo Ballestero nos Recitais Eubiose. Eu adoro esse pianista. Ele contou que há 21 anos não tocava em um recital solo de piano. Ele se especializou em co-repetição, em acompanhamento de cantores. E também toca regularmente ao lado de outros instrumentistas. Eu já tinha ouvido interpretações solo de Ricardo Ballestero em recitais com outros músicos. Que pianista! Foi realmente muito, mas muito emocionante ouvi-lo em um recital solo integral. E que repertório, que interpretação. Ricardo Ballestero tocou lindamente obras de Händel, Mozart, Schumann e Chopin. No bis tocou outro compositor que adoro Enrique Granados. Foi inesquecível!

G. F. HÄNDEL Capriccio em Fá Maior HWV 481
Suite No. 1 em Si b Maior HWV 434 I. Prelúdio II. Sonata III. Ária com variações IV. Minueto
W. A. Mozart Fantasia em ré menor K. 397
Sonata em Fá Maior K. 332 I. Allegro II. Adagio III. Allegro assai
R. Schumann Romance op. 28, No. 2 Intermezzo do Carnaval de Viena, op.26
F. Chopin Estudo op. 25, No. 2 Noturno op. 27, No. 2 Balada No. 3, op. 47
E. Granados Dança Espanhola "Oriental"

Beijos,
Pedrita