sábado, 7 de abril de 2018

Refém do Medo

Assisti Refém do Medo (2016) de Farren Blackburn na HBO On Demand. Adoro esse gênero e a Naomi Watts. Esse filme é bem mais ou menos, recheado de furos, mas dá pra assistir quem ama esse estilo. O nome no Brasil é péssimo. O roteiro é de Christina Hodson.

Começa com a personagem da Naomi Watts vendo o marido levando o filho para um internato, ela parece não querer. Os dois sofrem um acidente e ela fica cuidado do rapaz entrevado. Ao lado da casa ela tem um consultório onde trata de crianças problemáticas. O primeiro furo está aí. O rapaz não faz nada, então como deixam ele horas sozinho enquanto ela atende crianças? Ela não tem nenhum ajudante na casa, para limpeza, para cuidar do rapaz. Muito surreal! O filme até preenche essa lacuna, mas ela como psicóloga teria que ter alguém que ficasse com o garoto no período que ela atende no consultório.

Um dos pacientes é um garotinho, ele foge e vai para a casa dela. Ela vai avisar para virem buscá-lo mas ele some de novo. A polícia não vasculha a casa dela. Todo mundo é incompetente nesse filme. O garotinho é interpretado por Jacob Tremblay, aquele do filme O Quarto do Jack. Coitado, só está fazendo filmes onde os personagens sofrem absurdamente. O que interpreta o filho dela é Charlie Heaton. O médico que dá suporte a psicóloga é Oliver Platt

Beijos,
Pedrita

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Kalinka

Assisti Kalinka (2016) de Vincent Garenq no TelecinePlay. Tinha tempo que queria ver esse filme, mas não tinha coragem pela sinopse. Sim, é um filme dificílimo de assistir mas fundamental. O pior é que é baseado em uma história real.

Os dois filhos pequenos de um casal são amigos de outras duas crianças de um pai que passa a dar em cima da esposa do outro. Ela resolve abandonar o amante e se mudar com o marido, mas o homem a persegue e insiste no romance, ela não resiste. Não gostei da forma como esse marido resolve a questão. Primeiro eles conversam, ele fala que se ela está apaixonada é melhor se separarem mas ela não quer. Quando ele descobre que ela continua com o amante ele chama a polícia por adultério. Gostei que o filme não mostra esse pai como um herói, mas é inegável a retidão dele.

8 anos se passam, os filhos estão adolescentes, Kalinka com 14, e eles vão passar um tempo com a mãe. Percebemos então que a família resolveu o conflito e passou a ter uma relação boa de convivência. O pai aproveita para fazer uma viagem com a mulher que está se relacionando até que recebe um telefonema que sua filha morreu. Começa então o tormento desse pai. Tudo é irregular. O padrasto é médico e diz que a menina teve um mal súbito do coração e que ele deu injeções para reanimá-la. O resultado da autópsia demora a chegar, e o pai procura tradutores porque ele vive na França e a ex-mulher na Alemanha e o laudo era em alemão. Além de tradutores procura advogados, especialistas e todos percebem que tudo foi irregular. Primeiro o padrasto médico participou da autópsia. Depois tinha uma substância na vagina da menina, mas não foi analisada, e as substâncias das injeções não pareciam ser para animar alguém que tinha morrido e sim atitudes insanas. O padrasto médico alega que entrou em pânico com o falecimento da menina e por isso se atrapalhou em reavivá-la. Mesmo com tantos indícios, a Alemanha arquiva o caso, nem manda em julgamento.
Esse pai começa o seu calvário. Ninguém quer abrir o caso, insuportável a inoperância da justiça alemã. Inaceitável a postura da mãe que mesmo sabendo que a filha tinha substância suspeita na vagina continuou achando que nada estava errado na autópsia. Aos poucos vamos descobrindo que esse médico estuprou muitas meninas e descobrimos como fazia. Ele convencia as meninas a tomar injeções para bronzeamento, ou de ferro para fortalecer. Até que um dia em vez da injeção de vitima que colocava ele dava uma paralisante. Muitas vezes as vítimas, na maioria menores de idade, ficavam acordadas mas sem conseguir mexer o corpo e aí que ele as estuprava. O pai da vítima vai em um julgamento e descobre que a justiça alemã não junta todos os casos de mulheres estupradas pelo médico, com isso ele fica solto. Não deve ter sido fácil conviver com a obsessão desse homem. A atual esposa se separa, ela não aguenta a obsessão do marido, as ausências e se separa. Não deve ser fácil mesmo conviver com uma pessoa tão obstinada. Mas todas nós mulheres devemos muito a esse pai e nada as justiças da Alemanha e da França. Ele descobre conversas entre a justiça da França e da Alemanha, monstruoso como se referem a esse pai. Sem falar que esse médico levou 30 anos para ser preso. 30 anos de estupros em mulheres e menores de idade. Devemos muito a esse pai e nada aos juízes e decisores da Alemanha e França. Quem faz vista grossa aos estupros, não une casos e provas, não cumpre mandatos de prisão, são igualmente estupradores como esse médico. Falamos tanto da impunidade no Brasil, parece que outros países também protegem poderosos mesmo que sejam estupradores de meninas.
Daniel Auteuil está incrível como esse pai obstinado. Sua ex-mulher é interpretada por Marie Josée Croze. O médico por Sebastian Koch

Beijos,
Pedrita

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Comeback

Assisti Comeback (2017) de Erico Rassi no Canal Brasil. Há um tempo eu vi no canal uma chamada desse filme, fiquei curiosíssima e amo o Nelson Xavier. Esse é o seu último filme e lhe rendeu prêmio de Melhor Ator no Festival do Rio, merecidissimo, está maravilhoso! A chamada falava de um matador, agora um homem idoso. Que filme impressionante! Que roteiro incrível!

O matador vive pra lá de modestamente. Pra sobreviver é explorado por um homem que insiste que o matador consiga enfiar aquelas maquininhas de azar em verdadeiros muquifos. O matador avisa várias vezes esse homem intransigente que ele não tem habilidade em negociação. O filme aborda tantas questões, é tão complexo, tão cheio de camadas, incrível.

O melhor amigo dele, também outro matador, está no hospital. É o seu amigo que vai falar com a médica, que o visita, o leva nas atividades do hospital. Esse amigo pede que o matador prepare o seu neto que começa a ajudar na negociação das maquininhas. O rapaz é um destemperado, vive dando problema. Inacreditável que Comeback fala também do envelhecimento. O matador tem uma dificuldade enorme de que acreditem nele, de ter credibilidade. Ele é um homem calmo, que fala baixo, educado e está velho. Parece que as pessoas tem dificuldade de acreditar que uma pessoa que envelheceu teve uma vida produtiva. O amigo é interpretado por Everaldo Pontes. O explorador por Gê Martu. O neto por Marcos de Andrade. Fazem participações Eucir de Souza e Pascoal da Conceição. Eu amei a trilha sonora de Gustavo e Guilherme Garbato e ainda músicas desse universo pobre e desolado. Várias eram de Altemar Dutra. Comeback foi filmado em Goiás. Incríveis as locações.



Beijos,
Pedrita